Depois de uma boa estreia em 2023, Sérgio Azevedo sabia que teria uma temporada de 2024 no Iberian Supercars e Campeonato de Portugal de Velocidade mais exigente, mas acabou por ser ainda mais desafiante, ainda que garanta optimismo para 2025.
O piloto da Batina Racing, que faz equipa com Orlando Batina, foi progredindo ao longo da sua primeira época na competição que culminou com uma vitória à geral, na segunda corrida da etapa do Estoril, a última do campeonato,
Mas ao longo da temporada foram ficando evidentes as limitações do BMW M4 GT4 (F82), uma máquina que já fora substituída pelo construtor bávaro por uma mais recente e deixava Sérgio Azevedo e Orlando Batina numa posição desfavorável face à fortalecida oposição.
“No início, como estava previsto, não foi possível adquirir um carro novo, pelo que tínhamos de dar o máximo com o BMW que tínhamos disponível. Sabíamos que, com o aumento da qualidade e da quantidade de novos pilotos e carros, o nosso iria perder competitividade, o que tornaria muito difícil alcançar resultados expressivos”, começou por dizer o piloto da Batina Racing, que continuou: “o objetivo era realista – tentar ficar entre os dez primeiros, pois sabíamos que não seria possível repetir o desempenho da temporada anterior, quando terminámos no quarto lugar da GT4 Pro do Iberian Supercars e em terceiro do Campeonato de Portugal de Velocidade”.
Sérgio Azevedo não esconde que “as primeiras corridas, com o BMW, mais antigo do que as armas da nossa concorrência, foi um desafio, dado que se confirmou aquilo que receávamos: uma clara perda de competitividade”. No entanto, foi com o carro bávaro que viveu o momento alto da temporada: “sem dúvida que olho para o pódio em Jarama, o único da temporada, com grande satisfação. Foi uma boa performance que nos deu o terceiro posto na GT4 Pro”.
Apesar do bom resultado na prova do circuito situado em Madrid, a etapa seguinte, a primeira passagem pelo Estoril, confirmou que o BMW M4 GT4 (F82) já não conseguia contrariar o ascendente das máquinas mais recentes e a Batina Racing decidiu adquirir uma nova arma – um Toyota GR Supra GT4.
No entanto, o novo carro da equipa teve um início de vida competitiva difícil, quando se baptizou em pista no Circuit Ricardo Tormo. “Valência foi uma grande frustração, quando recebemos o Toyota. Pensávamos que estaria ao nível dos outros, mas, na realidade, chegou a parecer-nos pior do que o anterior (nd.r.: BMW). Foi uma enorme desilusão, que serviu para nos empenharmos ainda mais e procurar uma adaptação rápida ao Supra”, afirmou Sérgio Azevedo.
O carro japonês era bastante diferente do BMW a que a equipa e pilotos estavam habituados e isso tornou o processo de adaptação bastante difícil. “Não foi fácil. Apesar de termos passado a contar com um carro muito mais competitivo, demorámos demasiado tempo a desenvolvê-lo e a encontrar os ajustes certos, aliás ainda estamos nesse processo. Isso acabou por comprometer os resultados que pretendíamos, com exceção do último fim-de-semana, no Estoril, em que já conseguimos um quarto lugar numa das duas grelhas de partida”, apontou o piloto da Batina Racing.
Foram muito os desafios e as contrariedades que foram enfrentadas ao longo da temporada de 2024, que implicaram resultados menos vistosos que em 2023, mas acabou por ser um ano que serviu para ganhar experiência e preparar a próxima época, como é frisado por Sérgio Azevedo. “Apesar das dificuldades, foi uma temporada muito enriquecedora. Competimos contra grandes pilotos, ganhámos experiência e tivemos a oportunidade de correr no circuito de Valência, que ainda não conhecíamos”, sublinhou, não se detendo: “além disso, realizámos três provas com o carro novo, o que nos permitiu conhecê-lo melhor. Diria que a temporada de 2024 foi um excelente ‘warm-up’ para o que aí vem em 2025”.
Tendo isto em vista, o piloto da Batina Racing olha para a próxima época com maior confiança: “os planos são simples – desenvolver bem o Toyota e garantir competitividade face à forte concorrência que vamos enfrentar. As novas divisões previstas para o campeonato deverão jogar a nosso favor, o que nos permite aspirar a um excelente resultado”.
Muito embora focado na sua performance e na da equipa, Sérgio Azevedo não deixa de olhar para o quadro geral da competição, sublinhando o seu crescimento. “Tenho de dar os parabéns ao promotor do campeonato, que conseguiu reunir um excelente conjunto de carros e pilotos”, enfatizou o piloto da Batina Racing.
A temporada de 2024 seria sempre um desafio grande, dadas as em circunstâncias em que Sérgio Azevedo se viu envolvido, mas nem ele nem a equipa deixaram de aproveitar a aprendizagem dos momentos difíceis e isso é o mais importante, evoluir, o que abre horizontes solarengos para o piloto e para a Batina Racing.